31 julho, 2014

Ao primeiro amor que podia ser o atual....

Éramos tão novos quando nos "apaixonámos" e eu sei que essa foi a grande beleza do nosso amor mas também a maior tristeza. Meu querido primeiro amor, dentro de mim quero acreditar que somos almas gêmeas e que o tempo só nos levou para longe porque é isso que ele faz - leva a vida para a frente - porém, também acredito que se nos tivéssemos conhecido depois e não naquela época que mal sabíamos o que sentíamos, eu sei que ainda estaríamos juntos. Juro e eu sei que jurar é algo sagrado mas contigo sempre tive a certeza que devia ter dado certo mas éramos demasiado ingénuos, demasiado novos para perceber o que podia ser aquilo e isso levou-nos ao nosso final sem começo, aquela incerteza do que seriamos vai connosco para a vida toda. O nosso final deu início à nossa vida toda, foi quando larguei a tua mão que escolhi os caminhos que hoje percorro e foi quando afastaste o teu corpo do meu que traçaste o plano que hoje segues. Os anos passaram e ao nosso lado já estiveram e estão outras pessoas, já gostamos de outras tantas, já presenciamos histórias e os nossos corpos já quase não se lembram um do outro e da inocência que partilhavam mas a verdade é que eu sei que tanto eu como tu, iremos guardar a nossa quase história de amor cada um à sua maneira - eu vou guardar carinho, loucura, amor e lágrimas por ter aguentado ver-te noutros braços e tu vais guardar tudo aquilo que sentes, que eu quero acreditar que te atinge.

Fomos errados, imperfeitos e não soubemos perceber que aquilo que sentíamos era mútuo e não somente individual, o amor pode ser verdadeiramente intenso mas pode ser, ao mesmo tempo, insuficiente. E é nesta parte que começo a sentir a culpa de encarar a verdade: nós não fomos suficientes mas a culpa não foi tua nem minha. Foi a nossa idade, a primeira vez de sentir tudo intenso que nos tirou um do outro. Quando estávamos juntos, mesmo em poucos minutos, sentia-me feliz e queria que aquele momento fosse eterno mas a vida não permitiu mais que aquilo, tu decidiste ir e eu dei-te toda a permissão do mundo. Não te odeio por isso e finalmente entendo que, apesar de achar que era claro a todos o quão eu era louca por ti, talvez não fosse o suficiente para ti, de forma a ficares mas está tudo bem, tu és feliz e eu encontrei outros amores que me deram quase aquilo que achava que ia ter contigo. O amor necessita de luta, de empenho, de tentativas e de garra e nós, como éramos tão jovens, deixámo-nos perder por não entendermos isso. Se fosse hoje, agora que já passaram uns bons anos e que tanto eu como tu já sabemos mais sobre o assunto, quero acreditar que não nos teríamos largado, não tínhamos desistido do que sentíamos, não teríamos escolhido seguir sem olhar para trás mas também acredito que isto teria que ser assim para percebermos o quão devemos mostrar e dizer se alguém é especial para nós, foste o meu primeiro amor e, apesar de ser errado ainda recordar-te assim pelas circunstâncias atuais da vida, sei que "somos" inesquecíveis. Tenho certeza que seríamos um amor para sempre, daqueles loucos e intensos, se não tivéssemos sido o primeiro mas a verdade é que a eternidade também vive no facto de nos termos apaixonado pela primeira vez um pelo outro. Agora só me resta partilhar o meu desejo, em textos perdidos, na esperança que um dia vejas: eu queria ser a tua escolha para a vida inteira. 

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