Eu confio em ti mesmo que tenhas uma vida totalmente nova desde que me deixaste. Há quem diga que finais não passam de recomeços e tu és a prova disso. Tudo o que morreu em nós, nasceu em ti. A morte gerou vida, o final gerou mudança e não sei se valeu a pena morrer ou se ficaríamos bem com a vida que tínhamos, não sei e nem tive escolha. Tu foste e eu tive de acartar estas novas vidas que nascem em mim quando eu não pedi que nada disto me acontecesse mas eu confio ti. Estupidamente eu confio em ti, mesmo depois de os joelhos se terem sentido em brasa e sem força. Confio em ti porque desde o dia em que comecei não consigo parar. Fico com a esperança que um dia voltarás para os meus braços mas mantenho-me calada, a ver-te florescer sem mim. Acredito que um dia a vida vai deixar de te regar e voltarás quase sem vida. Confio em ti e confio no destino pois são os teus braços que têm de estar no final do meu livro, é o teu corpo o meu lugar preferido. Entretanto, enquanto a vida que vai atacando mas nunca o suficiente para pensar nas escolhas que fizeste, eu continuo no mesmo lugar de sempre, colada a uma vida vazia por não estares aqui. Confio em ti a minha existência pois é o teu regresso que a vai trazer de volta. Sem ti, não sou nada a não ser uma alma qualquer debaixo da papel de alguém que não deve ser eu porque não te sinto a tocar-me. Confio em ti mesmo que me tenhas destruído pois sempre acreditei que quem deixa algo em ruínas irá tentar unir todos os pedaços de novo. Estou à espera, confio em ti.