28 novembro, 2015

Amor de domingo

O nosso amor era um amor de domingo. Vestíamos pijamas e embrulhados em mantas, trocávamos beijos, o meu cabelo despenteado embrulhava-se na tua mão e a minha cara pousava no teu peito. Almoçávamos em tabuleiros e víamos filmes a tarde toda. O nosso amor era um amor de domingo. Éramos calmos. E não queríamos que a segunda-feira viesse, dizíamos que o nosso amor era mútuo ao ouvido, tínhamos a certeza nas veias. E o relógio a passar devagar. Era um amor que nos fazia sentir em casa. Éramos quatro paredes solidas e robes coloridos que combinavam. Éramos aquele amor que todos deviam ter uma vez na vida, do género que não aparece nos filmes por ser tão simples. Éramos nós, só para nós e hoje queria que também fosse assim. Pois hoje é domingo e ele já não tem sabor porque só existe a tua ausência. Volta e traz paz a este dia que ninguém gosta por ser monótono. A monotonia sabia tão bem a teu lado. Vem e traz-me essa felicidade de fácil alcance enrolada numa manta quente. Ou numa comédia romântica que ambos já vimos mais de mil vezes.

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