Há sempre aquela altura que as mentiras e as lágrimas acabam por se esgotar. Acabas por não saber quem és mais. Todo o sofrimento acaba por te deixar perdida, sem saber como voltar ao que eras. Mas também é nessa altura que tens que agarrar a tua força e seguir em frente, mesmo que isso signifique perder uma parte de ti. Chega a uma altura que o sofrimento é esgotante. Sorris e finges que nada se passa, mas quando estás sozinha tudo não passa de uma máscara. O coração arde, e só desejavas voltar atrás, ou que alguém te agarrasse. Mas não há ninguém. Começas a desconfiar das pessoas, a ter medo, e principalmente a afastar-te das pessoas. Não sabes porque o fazes, mas simplesmente não consegues estar à beira de ninguém. Não sabes porque o fazes, mas o certo é que afastas as pessoas. As pessoas que mais amas são as que mais afastas. Até os teus pais. Assim passas os teus dias. Finges ser uma pessoa que não és. Acaba por se tornar num ciclo. Num ciclo doentio. Mesmo sabendo isso, tu tentas mudar tudo. Mas as coisas só pioram. Acabas por não conseguir manter essa máscara. E tudo acaba. Pensas em como seria tão fácil deixares-te afundar realmente.
É nessa altura que sabes que tens que mudar. Sabes que vai doer e vai ser das coisas mais dificeis que fizeste na vida. Mas a vida é assim. Uma fantochada. Mas tu sabes que precisas de ser feliz, pelo uma menos uma vez mais. E nada melhor que um ano novo. Nada melhor do que começar uma vida nova.
Todos os dias me levanto a pensar que vai ser um dia melhor. E de tudo, o que me dói mais saber é que a única pessoa que eu tenho de vencer nesta batalha sou eu mesma. De tudo, o que custa é saber que tudo depende de mim. Custa saber que a única pessoa contra mim sou eu própria. O quanto doentio é isso? Perdi a noção do certo ou do errado, do que devo ou não fazer. E honestamente não sei de quem é a culpa. Tento não acreditar que não é minha. Mas a realidade é que eu sei que na verdade é. Todo o meu corpo grita que precisa de ajuda, mas eu ignoro e continuo neste ciclo doentio. Sim, eu sei que tenho que parar. Tenho que me levantar, mesmo sozinha e lutar pela pessoa que quero ser. E nada melhor do que tentar isso em 2016.
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