22 junho, 2016

Houve uma altura que gostei tanto de alguém que quase me matou. Parece ridículo mas há realmente momentos que a vida nos dá uma chapada tão grande que demoramos meses e meses a conseguirmos levantar novamente. O pior de tudo são as mentiras que nós, conseguimos contar a nós mesmos. Até perdemos a conta. Que vai ficar tudo bem, que as tempestades às vezes são necessárias. Que vais conseguir preencher a falta de uma pessoa, com outra. E quando dás por ti deixas de ser alguma coisa. Já nem sabes se estás numa tempestade, ou se foi o teu corpo que se transformou numa. Os conselhos são quase sempre os mesmos. Desde o tempo curar tudo, às tuas amigas mais chegadas a tentarem desenhar-te que há pessoas que não te merecem. É uma montanha-russa, até acabar e saíres sozinha, quase sem ter a certeza se realmente gostaste de alguém ou se passaste um período que gostaste só menos de ti. O processo doloroso que é sair duma viagem que não devias ter percorrido, leva de ti partes que possivelmente não voltas a encontrar. A ingenuidade de acreditar nos outros, a vontade de sair da cama porque talvez, seja naquele dia, ou naquela tarde, que o que sonhaste de noite se torna realidade. O mais engraçado, é que no fundo tu sabes e tens a consciência que, as coisas só não dão certo porque não há o que deveria haver de ambas as partes.
Embora percas muito de ti, nas descidas e nas subidas que a tempestade causou em ti, ganhas quase que imunidade à próxima promessa. Outra coisa fantástica sobre te partirem o coração, é que ele se regenera. Regenera-se a um ponto tão bonito, que de repente, um dia, quando as coisas voltarem a ter algum sentido e voltes a apaixonar por ti mesma quando te vês a passar de relance num espelho qualquer, esqueces-te do quanto já sofreste. O tempo não cura tudo, e sim, há pessoas que não te merecem. Tal com tu não mereces certas pessoas. É estranho o quanto as viagens se cruzam e se esbarram umas nas outras, mas se o tempo não cura tudo, então tudo acontece para darmos tempo ao tempo, de pôr no nosso caminho, quem se deixe ficar.

17 junho, 2016

Depois de todo este tempo, acho que estou finalmente a crescer sem ti. A tua ausência já se tornou um hábito, admito que já custou mais. É estranho. As tuas memórias são saudades. O amor já cá não está. Mas ao mesmo tempo, sei que de alguma forma te amarei para o resto da minha vida. Talvez porque a minha cabeça ainda não teve tempo suficiente para se ocupar com problemas maiores, mas desde o início que me apaixonei por tudo o que és feito. Por esse enorme e frágil coração.
Julguei que a dor de te ir apagando da minha mente ao longo dos dias fosse a derradeira, mas afinal imaginar-te com outra pessoa é a pior de todas elas. 
Deixaste que nos separassem e nem sequer tentaste, pelo menos, remediar o erro outrora nunca imaginado. Ai de quem fosse capaz de nos ver separados ou de dizer que teríamos um fim... O fim mais ridículo que podíamos ter imaginado mesmo antes de começar. Parece loucura mas ainda espero que me procures um dia destes, e que nessa altura eu esteja de alma e coração aberto para te receber, como no dia em que decidi dar asas ao que dizias mais desejar. Espero também que nesse dia continues a pessoa maravilhosa pela qual me apaixonei perdidamente e cometia as maiores loucuras do mundo se preciso.
Eu tentei ser boa o suficiente, mas falhei. Eu tentei ser a tua felicidade, mas fui a tua tristeza. Eu tentei ser o teu orgulho, mas fui o teu maior desgosto. Eu tentei… Juro que tentei!
Agora nada disto importa, já é tarde para arrependimentos. Talvez já te tenhas esquecido, talvez o tempo já te tenha curado. Mas, a mim não curou e ainda não esqueci…
Depois deste tempo todo ainda te lembras de mim? Eu tentei ser uma boa lembrança, mas acabei por ser um pesadelo. Eu tentei de tudo, mas o meu tudo não foi suficiente. Eu tentei ligar-te, mas faltavam-me as palavras e eu sei que não queres ouvir o que tenho para te dizer.
Mas podes-me ouvir só desta vez? Não te peço mais nada, só queria que ouvisses… Eu falhei muitas vezes… Eu fui uma desilusão… Eu não mereci o teu amor… Desculpa, mas eu tentei! Podia ter sido diferente? Podia ter sido uma melhor pessoa? É claro que podia… Mas não consegui!
Não consegui evitar os meus erros. Não consegui evitar esta situação. Não consegui mudar. Não consegui… Desculpa! Eu sei que não me queres ouvir. A única coisa que mereço é o teu desprezo e ver que consegues ser feliz sem mim. A única coisa que mereço é ver que consegues seguir em frente, enquanto eu fico presa ao passado e me afogo em mágoas.
Eu queria que soubesses que tentei, mas és mais feliz sem mim…

16 junho, 2016

"Quando me perguntarem por ti, mil coisas virão á minha cabeça, memórias, palavras e momentos juntos. Vou demorar um bocado a responder mas logo logo vou-me lembrar do que fizeste e direi: Não o conheço" ass: Tua e sempre Tua Miuda
É difícil olharmos para trás e pensarmos que já passou mais de um ano e nós estarmos vivos na tentativa de viver outra vez mas apenas a existir. 500 dias que eu tive de aprender a viver sem ti, 500 dias de pura saudade, 500 dias a pensar se estarias vivo, e isso era o suficiente para eu sobreviver mesmo estando longe de ti. Hoje merecias saber tudo o que aconteceu entre nós os dois, merecias saber que foram 500 dias da tua ausência, merecias saber que por mais que não seja como no passado, eu ainda te amo, apenas já não estou apaixonada por ti. Estive perdida durante muito tempo sem ti, estive numa das fases mais cinzentas que uma alma poderia estar, estive a sobreviver sem ti. Foram muitos dias, muitas palavras, muitas saudades, muitas folhas de papel gatafunhadas com o teu nome, foram muitos sentimentos. Devo-te muito, e tu sem saberes, eu quase te devo o mundo. Mas como já não te o posso dar, dou-te o único lugar onde ficarás eterno, nas palavras. A nossa história de amor foi como uma das minhas favoritas, apenas não podíamos estar juntos.
Não é porque acabou que não foi para sempre um dia. O para sempre esteve sempre presente em nós e um dia chegamos a acreditar nele. Acabou mas não quer dizer que não nos amávamos. Se calhar ainda nos amamos, mas em segredo, e no silêncio da madrugada cada um sabe a falta que o outro faz.
Não é porque acabou que não tenhamos lutado. Lutamos mais do que as nossas forças permitiam, mas fomos incapacitados por algo mais forte, um destino que conspira contra nós e que nos limitou e reduziu o nosso amor a meras lembranças. Talvez seja esse o preço a pagar por contrariar todas as forças que a nós se opõem. Desistir não foi uma opção, foi uma obrigação. Estávamos num barco à deriva e quanto mais remávamos mais nos íamos perdendo. Mas não pensem que somos fracos por isso, até para desistir é preciso ser forte. Infelizmente, às vezes o amor não é suficiente e os finais felizes só acontecem nos filmes, estes que nos abraçam com as suas ilusões românticas. Mas, talvez um dia nos encontremos por aí no meio da multidão. Talvez te acene ou, então, fique completamente paralisada revendo em mim todas as memórias que restaram de ti. Talvez me venhas falar ou simplesmente sigas o teu caminho enquanto és invadido pelas lembranças daquilo que um dia fomos.
O para sempre só restou em nós, guardado numa gaveta da nossa memória, local onde permanece tudo o que era nosso.
Não é porque acabou que não foi para sempre um dia. Algumas coisas são para sempre sim, mas apenas no nosso coração.

02 junho, 2016

Antiguidades...

Não acredito. Conheço-te ao longe, mal entro num sítio. Conheço-te desde do detalhe do pulso fino e da forma como moves a mão. As costas e a forma como o teu cabelo está cortado. A pulseira preta que te adorna o pulso. Parece doentio mas talvez eu seja apenas muito boa observadora. Parece que, ainda hoje, te persigo pelos corredores que ambos cruzamos em horas distintas. Não o faço. Talvez antes o fizesse na esperança de te encontrar e alegrares o meu dia. O meu, claro. Penso que o teu nunca melhorou com a minha presença. Acho que agora, à distância, é que consigo perceber as falhas do meu raciocínio que te realçavam a personalidade e me cativavam a vista. A alma. É que sempre se tratou disso. De quem dá(va) mais pela minha alma. E tu trouxeste-me uma alegria inesperada e uma conexão nunca antes sentida. Talvez seja por isso que, inconscientemente ou conscientemente, continuei a procurar o teu olhar em todos os caminhos que percorria e fossem que horas o relógio mais próximo marcasse. Continuei a fazê-lo até finalmente bater com a cabeça na parede mais próxima e perceber que o que fazias era ignorar cada nova tentativa minha de nos falarmos. Eu queria, eu fazia por isso. Tu não. Tu apenas dizias querer. Mas quem diz querer tem que se esforçar por que aconteça. E tu ... Faltava-te isso, o esforço. Faltava-te mais do que isso. Faltava-te tanto e eu nunca o vi. Nunca o quiseste. E eu vejo isso, sinto isso. Seria mais fácil admitires-me que não querias nada do meu ser e teres virado as costas. Não. Fizeste com que fosse eu a virar as costas e com que fosse eu a sentir esta culpa estranha porque culpada disto, eu não sou. E a tua ausência em mim, não é que me doa. Dói-me é a forma como te sentiste tão bem por eu ter saído da tua vida. A forma que me tratavas hoje vejo que o fazes com tantas outras. A forma que me marcaste, no final de contas, deve ter sido igual à forma como marcas tantas outras por aí. Porque é assim que te sentes bem ou que fazes com que a tua barreira se dissipe um bocado. E sabes? Eu tenho a certeza que fui das poucas pessoas que quis perceber mais do que a ponta do icebergue que a todos mostras. E isso tu perdeste. Mas só perdeste porque tu quiseste. Não que eu ache que te faça falta. Se o fizesse já tinhas vindo ter comigo, tiveste tempo mais que suficiente para o fazer.
Continuo a ver-te. Agora sem sequer o fazer inconscientemente. Agora simplesmente não te quero ver e apareces-me à frente, no meio do meu caminho. A minha esperança sempre foi que, um dia desses em que nos vejamos, olhasses para mim e eu pudesse verificar nos teus olhos que estás arrependido. Não acontecerá. Mas espero uma qualquer reacção tendo em conta que a última vez conseguiste fazê-lo. Viste-me efectivamente. Não ignoraste ou viraste a cara como tantas outras vezes no passado.

Quem já não ouviu falar na química que atrai duas pessoas. Sempre a imaginei como moléculas e substâncias que construíssem uma ponte, que se fizessem sentir e que resultasse numa atracção que não se entende nem se sabe de onde vem e que se decidiu chamar de química. Mas quem afinal sabe o que química é ou se existe realmente? E quem a sente como saberá se é química ou um impulso de atracção? E será isto a química? Um simples impulso de atracção? Pois eu também não sei explicar o que será esta vontade incontrolável e inesperada, súbita de te ter em mim. Talvez será mesmo uma ponte de moléculas e átomos que se formaram por razão nenhuma, ou a química de que tanto se fala ou apenas uma maneira de manifestar o meu amor, mas tudo isso não me larga e eu não posso evitar...