Fui tão feliz sentada na bancada da tua cozinha a ver-te atarefado com o pequeno almoço. Fui tão feliz com as tuas meias até ao joelho nas minhas pernas. Amei-te em cada pedaço de segundo onde pude ver-te perante os meus olhos. Fui tão feliz com o teu perfume entranhado no meu cabelo e com as tuas olheiras perfeitas. Fui tão feliz com as tuas camisolas por cima das minhas e com o meu cabelo despenteado com necessidade de um banho quente. Queríamos sempre mais de nós até ao dia que, de repente, tudo parou. Fui tão feliz no silêncio da casa vazia enquanto toda a gente dormia e nós procurávamos comida mesmo que acabássemos sempre com um pacote de bolachas. A simplicidade nunca me fez tão feliz e amar alguém nunca foi tão simples como era amar-te.
Fui tão feliz com a minha boca seca mas feliz, acompanhada por um sorriso incapaz de desaparecer. Fui tão feliz quando nos olhávamos e sorriamos sem uma razão aparente enquanto o teu cão espreitava pela janela a pedir migalhas e a invejar um amor que ele era capaz de sentir através até do faro. Fui tão feliz com o sol a bater nas janelas, encostada ao armário das taças de cereais que enchíamos e partilhávamos. Nunca um pequeno almoço me soube como aqueles que partilhava contigo. Fui tão feliz contigo meu amor, na tua casa, nas manhãs depois de noites onde ficávamos acordados. Amei-te tanto e fui tão feliz por isso, por ter a oportunidade de ter quem eu amava. Fui tão feliz. Obrigada, pelas manhãs, pelas noites e por tudo.
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