28 novembro, 2015

Amor de domingo

O nosso amor era um amor de domingo. Vestíamos pijamas e embrulhados em mantas, trocávamos beijos, o meu cabelo despenteado embrulhava-se na tua mão e a minha cara pousava no teu peito. Almoçávamos em tabuleiros e víamos filmes a tarde toda. O nosso amor era um amor de domingo. Éramos calmos. E não queríamos que a segunda-feira viesse, dizíamos que o nosso amor era mútuo ao ouvido, tínhamos a certeza nas veias. E o relógio a passar devagar. Era um amor que nos fazia sentir em casa. Éramos quatro paredes solidas e robes coloridos que combinavam. Éramos aquele amor que todos deviam ter uma vez na vida, do género que não aparece nos filmes por ser tão simples. Éramos nós, só para nós e hoje queria que também fosse assim. Pois hoje é domingo e ele já não tem sabor porque só existe a tua ausência. Volta e traz paz a este dia que ninguém gosta por ser monótono. A monotonia sabia tão bem a teu lado. Vem e traz-me essa felicidade de fácil alcance enrolada numa manta quente. Ou numa comédia romântica que ambos já vimos mais de mil vezes.

A merda do tempo. Acreditei que ele ia tratar alguma coisa. Acreditei que ia levar para longe de mim os sentimentos mas só levou a pessoa. É verdade que o tempo passou e que já não choro mas é apenas porque me habituei a ter de viver assim mesmo que não queira. O tempo não soluciona nada, apenas nos leva a aceitar que a vida é fodida e que não há nada que se possa fazer para mudar tal facto. Eu, que cresci a ouvir o clichê do tempo, aprendi que ele não existe nos sentimentos. Oh, mas quem me dera, que o tempo levasse o que sinto... ele só me leva os detalhes das memórias mas elas continuam lá e as que já desapareceram por completo, deixam um vazio de "eu sei lá o que vivi mas foi bom". Sinceramente, já não me recordo de certos momentos porque a mente apagou-os mas o meu coração lembra-se. O tempo mostra a veracidade, quem esquece porque já passou demasiados meses nunca amou e aquela alma que está fodida por não esquecer irá amar a vida toda. Isto sim é a porra da vida, isto sim é a verdade crua e dura. Quem ama, ama para sempre. O tempo não ajuda os que amam mas sim os que nunca amaram, que acabarão por esquecer o que viveram. É fodido mas é o que é a merda do tempo, aquele que nada cura mas que, pelo menos, dá coragem àqueles que amam, a continuarem a vida, por fazê-los crer que há outros amores depois de amar. Tic Tac e o tempo passa mas o sentimento lá continua, será sempre assim... apenas temos de nos habituar que o relógio avança e que os dias passam mas o que se sente lá fica, mesmo mudo continua lá. Tic Tac é o som do relógio fodido que se liga às putas das nossas vidas que nos fizeram apaixonar pela pessoa errada.

Reflexões

Criei imensos medos no passado, sim fui eu mesma que os criei, todos eles nasceram fruto da minha imaginação. Hoje eu sei disso e sei também que sou capaz de deixar a minha imaginação apenas para o papel e fazer da minha vida aquilo que quiser. Também sei que existem dias em que vou recear, talvez porque o champô acabou ou porque tenho algo importante para fazer. Sei também que depois de uma longa noite a pensar nos meus objectivos eu vou voltar a ter em mim toda a força para lutar por eles. E recomeçarei. E possivelmente tombarei por outros motivos também, mas nunca cairei! Não vou fazer planos nem promessas, a última vez que o fiz fui apanhada no furação que me levou para bem longe de onde eu queria estar.

25 novembro, 2015

Daqui ou do outro lado do mundo, os amores verdadeiros não se perdem. Estão destinados, foi escrito e selado, que um dia, se vão esbarrar numa praça qualquer, numa esquina, que se encontram numa biblioteca, ou que num jantar se vêm.
Por isso se o nosso não for, que saibas que ao menos foi um quase amor verdadeiro porque eu cai e desabei, bati no fundo e sabes? ninguém me conseguiu tirar de lá porque o meu melhor amigo foi contigo e era ele que me erguia nos dias duros. Fica sabendo que daqui ou do outro lado do mundo, fui contigo o que nunca fui até hoje, eu. Que encontres o teu amor verdadeiro e por favor que saias do meu karma, porque eu fiz de tudo para nunca mais olhares para mim lembraste? 


ao meu melhor e pior amor,
que a vida te sorria.


Na cama que o teu corpo já desejou procuro certezas daquilo que nunca aconteceu, a constância do desejo, a verdade do sentimento, a segurança da entrega. Procuro um “nós” que nunca existiu mas que teimávamos em evocar, um “nós” que surgia em todas as conversas sobre planos que, pelos vistos, não passaram disso mesmo, planos. Não sei se suporto que partas sem realizar cada um dos meus desejos, sem matares esta vontade que me consome a cada segundo da tua presença, ou se simplesmente não quero que isso aconteça, por orgulho ou teimosia. A verdade é que não és único como te faço parecer mas és o único que quero que pense assim, porquê? Não sei, mas também ninguém me ensinou como funcionava o amor.
hoje olho para trás e vejo, não é difícil perdermos o que gostamos nem muito menos dizermos "já não me interessa ele". difícil é sentires que vais voltar a gostar daquela forma. um dia.

18 novembro, 2015

Que sejas feliz...

Tu mudaste o número, o e-mail e apagaste o nosso Tumblr. Ninguém vai-te mostrar isto mas eu preciso de contar-te umas coisas. Antes de mais nada, que bom saber que estás bem. Apesar de tudo, eu preocupo-me e torço por ti e pelo teu sucesso, vais conseguir tudo o que queres acredita. Eu sei, mesmo depois de ter falado mal de ti, gritado e ficado irritada. Quando eu pergunto por ti, eu não pergunto por ser curiosa ou raiva, pergunto porque eu, apesar de tudo, torço por ti. Mesmo não parecendo, mesmo com toda a gente ao teu redor a dizer o contrário.
Nós fizemos muito mal um ao outro. Eu fui parva, tu estúpido, isso todos sabem. Isso tanto tu como eu, contamos para todos ao nosso redor. Mas ninguém sabe o quanto nós fizemos bem um ao outro. Eu não contei a ninguém, tu não contaste a ninguém. Ninguém sabe como nos ajudávamos mutuamente, como nos apoiávamos, como entendíamos os demónios interiores um do outro. Metade de nós tinha potencial para ser o melhor casal de todos os tempos. Mas a outra metade tinha um potencial incrível de provocar uma catástrofe – de verdade – nas nossas vidas. E, por incrível que pareça, hoje só consegui ver a metade boa. Mesmo que, minutos antes de nos encontrarmos, a metade que dominava a minha cabeça era a metade má. Desculpa. Desculpa ter-te feito mal, desculpa por não ter tido mais paciência. Desculpa não ter lá estado quando precisaste, não conseguia depois de tudo. Desculpa não ter sido o que achaste que eu era e desculpa por ter exigido que fosses o que eu achei sempre que eras. Desculpa, principalmente, por não levar para sempre o ódio e o rancor que as pessoas – e talvez tu também – esperam que eu leve. Eu torço por ti, quero o teu bem, e ainda sinto carinho pela tua/nossa metade boa. Pela primeira vez na vida eu estou a deixar as coisas boas falarem mais alto que as más. Fica bem, sê feliz, e, eu sei que no fundo sabes que tudo o que eu errei foi a tentar consertar, lembra-te disso. Espero que nunca nos venhamos arrepender disto. Cuida-te abrobrinha.

10 novembro, 2015


(sempre disse que não éramos normais)
Como posso escrever alguma coisa se não me sais da cabeça? Já saíste da minha vida a tanto tempo e ainda me baralhas as ideais. Estou farta de ti. Sai. Desaparece. E leva contigo a doçura das memórias.