15 março, 2016

Excertos


"(...) Amei-te para sempre mesmo que já não te ame. E quando chegou o dia da despedida eu soube que tinha chegado o dia de para sempre. 
O drama de amar é não admitir a morte. (...) Despedi-me de orgasmos quando me despedi de ti. Já me deitei com tantas e é sempre o teu boa-noite que me adormece. O drama de amar é só criar réplicas. Tudo o que amo és tu. Uma boca, uma pele, um sexo. Tudo o que amo és tu. E não há mais perfeito oximoro do que «amor novo». Só o teu amor é novo. E não existe sucessão quando se reina assim. Amar-te é uma monarquia fascista, uma ditadura dentro de mim. O que vem depois de ti só vem depois de ti. Sempre depois de ti. A toda a hora depois de ti. O que vem depois de ti só vem depois de mim, e onde eu estou ou estou sozinho à tua espera ou estou sozinho contigo. Se existe amor é porque existes tu.
O drama de amar é amar-te."
in "Prometo Falhar", a mais recente obra de Pedro Chagas Freitas.

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